Subitamente, surgiram alguns vultos e um forte jato de luz atingiu-o, fazendo perder os sentidos.
Artur Berlet |
"Procurei dirigir-me a elas em diversos idiomas. Umas me olharam indiferentes, outras sequer olhavam..."
Pouco depois, Berlet foi desamarrado por dois indivíduos que o levantaram e o levaram a outro compartimento, onde lhe vestiram uma capa comprida. Sempre amparado pelos flancos, porque ele se sentia muito fraco, os homens o conduziram através de várias salas até uma porta de saída. Surpreso, constatou que a nave estava pousada em solo firme, numa cidade estranha. Sentiu então, grande mal-estar.
"Tive a impressão de que havia perdido metade de meu peso e, ao mesmo tempo, de que meus ombros haviam aumentado de volume."
Amparado pelos dois tripulantes, saiu do disco e foi levado, a pé por uma rua estreita, com altos edifícios de cores variadas e intensamente luminosas, até um grande prédio, onde entraram. Ali, foi alimentado com uma espécie de carne e pão. Depois, foi conduzido a outra sala, onde haviam muitas pessoas reunidas.
Tentaram estabelecer conversação com ele, mas não se compreendiam mutuamente. Berlet falou-lhe em Português, Espanhol, Italiano e Alemão. Quando falou nesta última, um deles levantou-se, demonstrando grande alegria, e disse:
"Deutsch?"
Terminada a reunião, esse homem, que só sabia falar umas três ou quatro palavras em alemão levou-o a outro edifício. Ali, Berlet tomou um banho de "água tão leve como gás", vestiu novos trajes que lhe deram e foi conduzido a uma sala, onde várias pessoas, sentadas ao redor de uma mesa retangular, conversavam animadamente.
"Ao notarem nossa presença, todos, como por encanto, calaram-se e se voltaram para mim!"
Seu acompanhante falou algo com eles e, então se levantou um homem alto e forte, dizendo-lhe em correto alemão:
"Sente-se."
Daí em diante esse indivíduo, de nome Acorc, passou a ser seu cicerone, levando-o a visitar aquela e outras cidades de Acart - o nome daquele mundo - explicando-lhe tudo que via e perguntava.
Acart
Esclareceu-lhe Acorc que seu planeta, naquela ocasião, estava a 62 milhões de quilômetros da Terra. Não tem satélites naturais, mas possui duas gigantescas plataformas espaciais girando à sua volta. O clima é sempre frio. Os meios de locomoção são aéreos. As cidades são como as nossas, mas as ruas servem só para pedestres. À noite, as ruas não têm necessidades de iluminação, devido ao resplendor das paredes. Para o transporte de pessoas existem naves pequenas, com capacidade para dois até 10 passageiros. São como aviões sem asas, impulsionados por motores solares. Feitas de material muito leve e super-resistente, podem parar em pleno ar e voar mesmo dentro de uma sala. Os veículos para cargas pesadas são empregados também em viagens espaciais.
Um ano lá equivale a 676 dias da Terra; um mês a 61 dias e 6 horas terrestres; uma semana, a 9 dias e 14 horas; um dia, a 46 horas; e uma hora a 7 horas e 40 minutos. O ano acartiano tem 11 meses; a semana 5 dias e o dia 6 horas.
De olho na Terra
O grande problema de Acart é o da superpopulação. Por isso, os acartianos estão de olho na Terra. Não para invadi-la à força, pois "eles possuem alto senso humanitário, são muito evoluídos e bons". Todavia, sabem que os próprios terrícolas se destruirão com suas armas atômicas, o que não vai tardar muito e, então, sem guerra, sem qualquer violência, eles poderão ocupar o planeta morto. A radioatividade não constituirá problema. Seus aparelhos poderão, em poucos minutos, transformar o veneno atômico em fertilizantes para o solo, para vegetação e seres vivos.
Suas armas são apenas duas: desintegradores e neutralizadores solares. Estes últimos também empregados na medicina e na lavoura.
Quanto ao sistema de governo, Berlet não sabe como qualificá-lo. Disse ser uma mistura de sistemas com um nome diferente. Lá não há moeda circulante. O planeta Acart é um só país, inteiramente habitado. Sua capital, aquela metrópole onde se encontrava, tinha 90 milhões de habitantes! Todos no país, trabalhavam para a coletividade e têm um padrão de vida elevadíssimo. O governador é eleito cada três anos por um Conselho de 500 membros.
A viagem de volta
Na volta, a viagem foi mais agradável. Entraram na cosmonave e Acorc, que o acompanharia até a Terra, deu-lhe uma pílula.
"Terei que fazer a viagem em estado de inconsciência como na vinda?"
"Não, desta vez não será preciso. Poderá percorrer acordado grandes trechos do percurso sem correr perigo algum. Apenas nas zonas de turbulência magnética, a fim de resistir melhor, deverá dormir: ao sair do campo magnético de Acart, ao percorrer o chamado espaço neutro e ao atravessar as barreiras magnéticas da Terra."
A pílula, que os tripulantes também tomaram, foi o único alimento durante a viagem.
A nave deixou-o em terra a 5 quilômetros de Sarandi. Seu amigo despediu-se afavelmente à saída do disco. Caminhou com dificuldade 10 passos à frente, sem se voltar, seguindo recomendação de Acorc. Então, parou e olhou para trás, na esperança de ver a decolagem da cosmonave... Mas só havia escuridão! Tudo desaparecera naqueles poucos momentos! Ainda obedecendo a recomendações do acartiano, fez todo o percurso a pé até sua residência, vagarosamente, levando três horas nesse trajeto que, normalmente, fazia em uma hora apenas.
Na primeira semana após o regresso, permaneceu em casa, até recuperar completamente as energias perdidas e ordenar suas ideias confusas, conturbadas por aqueles oito dias em que viveu a mais estranha aventura de sua vida.
O relato de Artur Berlet, publicado no livro "Da UTOPIA à Realidade, viagem real a um outro planeta", prefaciado por Jorge Geisel e com epilogo de W. K. Buhler, está com a edição esgotada. Ele pode ser lido nas Bibliotecas do Rio (Nacional), São Paulo e Curitiba (Municipais).
Após 45 anos do episódio (2003), a fantástica história do gaúcho ainda surpreende a todos. Neste ano, durante o episódio da Guerra no Iraque, a mais moderna tecnologia em comunicação foi utilizada: o vídeo fone, há 45 anos, Artur Berlet descreveu o aparelho da seguinte maneira: (OBS.: Esta narrativa foi retirada do texto original escrito a lápis por Artur Berlet, no ano de 1958 de um aparelho que ele viu no planeta Acart.)
O APARELHO DE COMUNICAÇÃO MISTERIOSO:
''.... Sentei-me na cadeira indicada por ele, permanecendo atento apenas aos seus movimentos. Daí dirigiu-se ele a uma mesa sobre a qual havia um aparelho parecido com um rádio. Um pouco acima na parede, havia um vidro de uns 30 por 30 cm., cor de palha. Ele apertou um botão, ouvia-se um zunido, e esperando um pouco, tamborilou com os dedos na mesa. De repente , apareceu um rosto de mulher no vidro. Pensei comigo: Ah!... É uma televisão! Mas, para o cúmulo dos cúmulos, a mulher falava sorridente e Acorc (extraterrestre) lhe respondia sorrindo também. Pensei - Estou perdido. Meu bom amigo enlouqueceu. Também não era para menos, falando com um rosto de mulher refletido num vidro. Só poderia estar louco! Conversavam como se estivessem juntos em carne e osso. Era tão cordial e íntima a conversação que para maior desespero meu, achei que ia beija-la no vidro. Fim da conversa desligou o aparelho. Desapareceu o rosto e cessou o zunido...''
A explicação de Acorc referente ao aparelho:
...Veja. Uma vez ligado para-se aqui com a cabeça em frente desta lente. Tal lente assemelhava-se a uma máquina fotográfica. Este aparelho transmite as imagens e este a voz. Com quem se esta falando, dá-se o mesmo. Está entendendo?
Sim começo a entender! Respondeu Artur Berlet.
A Terra vista do Espaço:
A NASA através de uma sonda na superfície de Marte fotografou a Terra e a Lua vista de lá, no momento em que o Continente Americano estava na porção clara; foi a primeira vez que de um outro planeta a Terra foi registrada.
Exatamente há 45 anos atrás Artur Berlet, no Planeta Acart teve o privilégio de olhar a Terra através de uma tecnologia e assim a descreveu no ano de 1958:
Berlet - ''perguntei a Acorc o que é aquilo?
Acorc - Bem. Como lhe direi? Conhece algum telescópio na Terra?
Berlet - Sim, conheço por fotografia.
Acorc - Pois este é um e lá é que vamos.
Berlet - Quando chegamos perto, vi que aquilo estava localizado num monte, mas dos mais altos que eu já tinha visto por lá. Vi que aquilo era tipo funil virado para cima. Tinha mais de 200 metros de altura e a boca era tão grande que quase daria para fazer um campo de futebol.
Acorc - Você gostaria de ver a Terra?
Berlet - Claro que sim, mas como?
Berlet - Entramos na casa ele indicou-me uma cadeira dizendo: sente-se . Sentei. Em seguida ele foi até onde estava o pé daquele funil e começou a olhar numas lentes. Aquela torre enorme começou a se inclinar até ficar mais ou menos a 25% de desnível.
Acorc - Conhece bem num mapa o continente onde mora na Terra?
Berlet - Sim, mais ou menos. O senhor se refere à América do Sul?
Acorc - Sim, isto mesmo.
Berlet - Por que?
Acorc - Olhe aqui (indicou-me um troço que dava bem nas duas vistas) e me diga que continente é este e em que planeta?
Berlet - Eu me coloquei e olhei. Quase larguei um grito. Não é possível? A Terra, a América do Sul; eu via nitidamente os mares e o Continente Sul e parte do centro americano. Eu olhei por vários minutos, pasmado. Parei de olhar para perguntar: como é tão claro e visível ali sobre a América e o resto do globo é escuro? Acorc deu uma gargalhada que me desconsertou um pouco e respondeu: como é que quer? Que seja tudo claro? Não sabe que quando em uma parte é dia na outra é noite?
Berlet - Sim, sei, mas eu pensei que daqui não se notasse a diferença.
Acorc - Como não, é justamente daqui que se nota a diferença!...
Outras Experiências
Nos manuscritos de Artur Berlet, escritos no ano de 1958 em 422 páginas em cadernos, e à lápis, existe o relato de fatos históricos e científicos que foram descobertos ao longo destes 45 anos e fatos que podem ainda ser elucidados. Profeta? Vidente? Ou um verdadeiro caso de sequestro por inteligência de um outro Planeta!
Acesso em 13 de Abril de 2011 as 10:10:hs.
Já conhecia a história,estudo casos ufológicos,e esse,apesar de parecer inacreditável,me parece dos mais reais.
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